Professora Arlita Bressioni
Professor Gilmar Dalmolin
Professora Marinês Z. Brun
Em texto “Novos Desafios para o educador”, José Manuel Moran expõe, inicialmente, uma fala de Paulo Freire em que se lê: “Continuo buscando, re-procurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar e anunciar a novidade” a qual instiga o professor enquanto papel de pesquisador, indagador das coisas, à curiosidade.
Moran afirma que o importante é acreditarmos no potencial de aprendizagem pessoal, capaz de evoluir, bem como de integrar-se a novas experiências, inovações e dimensões.
Quando pensamos em educação costumamos pensar no outro, no aluno, no aprendiz e esquecer como é importante olharmo-nos os que somos profissionais do ensino como sujeitos e objetos também de aprendizagem. Ao focarmo-nos como aprendizes, muda a forma de ensinar. Se me vejo como aprendiz, antes do que professor, me coloco numa atitude mais atenta, receptiva, e tenho mais facilidade em estar no lugar do aluno, de aproximar-me a como ele vê, a modificar meus pontos de vista.
Compreendendo que o aprender é um processo contínuo e de toda a vida correspondendo a uma trajetória carregada de avanços, aprendências, sonhos, desejos, escolhas, conquista pessoais e profissionais.
Profissionalmente, o educador/docente segue etapas definidas e determinantes. A primeira etapa consiste na iniciação, que ocorre quando o professor, por ocasião de uma licença prêmio, maternidade... adentra ao universo pedagógico. Etapa e experiência esta que pode ser decisiva em sua opção profissional.
Uma vez ingresso na escola, o professor vive uma segunda etapa que consiste desenvolver sua capacidade de atuação, comunicação, envolvimento e consolidação profissional.
Muitas vezes, no entanto, o professor percebe-se cansado, suas aulas se tornam repetitivas e até insuportáveis. É um momento de crise de identidade que pode vir acompanhada de uma crise de saúde ou afetiva. É a terceira etapa e apresenta-se muito difícil para o educador.
Uma vez estando em momento de crise, alguns buscam alternativas para distanciar-se da profissão; procuram outro rumo na vida. Outros, não, refletem, insistem em fazer novas tentativas na mesma profissão. Buscam aprender, reaprender, re-motivar-se.
É fato que, atualmente, em qualquer profissão em que se atue, os desafios são marcantes, grandiosos. N a área da educação, na escola, a personalidade, a competência, a facilidade de relacionamento interpessoal, de comunicação e de motivação determina o perfil do educandário. Por isso, a necessidade de profissionais envolvidos e envolventes com o propósito de educar. Gestos simples, palavras, atitudes, coerência, valores definidos fazem toda a diferença quando se busca o sucesso profissional, principalmente se a profissão está imersa em um universo coletivo, com a escola.
Estar “sintonizado” com os alunos em suas realidades, seus contextos, suas experiências, seu vocabulário e até mesmo com as atitudes que os mesmos tomam entre si, é de primordial importância para o professor que deseja atuar em prol de seu interesse em ser bom profissional e dos interesses dos alunos que desejam bem suceder-se na escola e na vida.
Neste sentido, enquanto profissionais da educação, somos possuidores de uma grande tarefa e, para efetivá-la de forma a apresentar resultados positivos é crucial que nos tornemos olheiros de nós mesmos, que nos motivemos e nos tornemos aprendizes enquanto ensinamos.
Numa sociedade como a nossa, com tantas mudanças, rapidez de informações e desestruturação de certezas, não podemos ensinar só roteiros seguros, caminhos conhecidos, excursões programadas. Precisamos arriscar um pouco mais, navegar juntos, trocar mais informações, apoiados no guia um pouco mais experiente, mas que não tem todas as certezas, porque elas não existem como antes se pensava.
Inseridos em uma sociedade competitiva, em que as informações estão, cada vez mais, ao alcance de todos, cujas mudanças e incertezas se apresentam
continuamente, é preciso exercer a condição de professor aprendiz e inovador de técnicas, estratégias de ensino e de relacionamento consigo mesmo, com o educando, com a sociedade local.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
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